O nível da inadimplência ficou em 18% em maio nos condomínios, de acordo com dados do Secovi-Rio, bem acima da média história de 9%. O não pagamento pode impactar diretamente o orçamento do condomínio e, por isso, algumas administradoras disponibilizam aos condomínios algumas opções financeiras.
– O condomínio tem duas opções: cortar despesas ou conseguir empréstimo até recuperar a inadimplência ou emitir alguma cota extra. Só recomendamos o empréstimo em último caso, o melhor é ajustar as despesas – afirma Luiz Barreto, presidente da Estasa.
A administradora fez parcerias com financeiras, que oferecem taxas mais competitivas em caso de empréstimo. E adiaram o reajuste anual em contrato da taxa de administração. Já a CIPA adiou a cobrança da taxa de administração do mês de abril dos condomínios administrados pela empresa, afirma a vice-presidente da CIPA, Maria Teresa Mendonça.
– O valor da taxa varia de condomínio para condomínio, dependendo da quantidade de unidades, número de funcionários e do pacote de serviços contratado pelo cliente – explica.
A APSA fez parceria com um fundo, em que o condomínio recebe o valor total da cota condominial dos inadimplentes. E este fundo que cobrará do morador que está devendo, explica Edgar Poschetzky, gerente geral de Gestão Condominial da Apsa.
Os síndicos profissionais Juliana e Rafael Furtado, da empresa JRF gestão condominial, usaram o programa da Apsa em dois condomínios que administram para equilibrar as contas.
– Para um condomínio pequeno, um morador que não pague o condomínio faz muita diferença no orçamento – diz Juliana.
Já a Precisão Empreendimentos Imobiliários fez uma iniciativa voltada para os condôminos.
A empresa oferece um seguro garantia da cota condominial, que poderá ser usado em casos de morte, invalidez e perda de emprego, explica Paulo Codeço, supervisor da Precisão Empreendimentos Imobiliários.
Como a folha salarial é o que mais pesa no orçamento (57% em média), os síndicos buscam soluções para manter o quadro de funcionários, sem prejudicar a rotina do condomínio. De acordo com a Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), o número de demissões nos condomínios não aumentou nos meses de março e abril.
— As demissões por causa da pandemia devem ser deixadas de lado. Com os dispositivos da medida provisória (MP) 936, os síndicos têm opção de suspender contratos de trabalho ou reduzir jornada com as compensações financeiras do governo federal. Soluções que resguardam o caixa do condomínio, sem ser tão prejudiciais para o trabalhador — defende Rafael Thomé, presidente da Abadi.
Adoção de banco de horas, antecipação de feriados e concessão de férias individuais ou coletivas — previstos nas MPs 927 e 936 — são outros artifícios para reduzir o custo com os funcionários durante o período da pandemia, defende o advogado Leandro Sender.
— Contudo, caso o condomínio considere a demissão inevitável, devemos lembrar que o desligamento enseja o pagamento das verbas trabalhistas, fato que deverá ser analisado pelo condomínio antes de tomar sua decisão.
Luiz Barreto, presidente da Estasa, empresa de administração de condomínios, sugere a liberação dos funcionários com mais de 60 anos e em grupo de risco:
— Com os demais, o melhor seria criar uma escala reduzindo dias de trabalho dos que moram longe e estão sujeitos a mais riscos no transporte.
Zeca Sasson, da Sindikoprofissional, decidiu dar férias progressivas a funcionários e não planeja demitir nos condomínios que administra.
—Reduzimos todos os custos para enfrentar um eventual aumento da inadimplência. Gastos, só para compra de equipamentos de proteção para os funcionários (como luvas e máscaras) e produtos de limpeza para higienização.
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Fonte: O Globo – Condomínios já registram aumento de inadimplência e Extra – Administradoras de condomínio lançam soluções para atenuar a inadimplência
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