Organizar a prestação de contas, o controle dos funcionários, ouvir as queixas dos moradores… a vida de síndico é conturbada e exige cada vez mais qualificação. Por isso, muitos condomínios vêm optando pela contratação do síndico profissional.
Nos 500 condomínios que administra no Rio, a Estasa observou um aumento de 300% entre 2013 e 2018 no número de prédios gerenciados por síndicos profissionais. Nos workshops promovidos pela empresa, cerca de 80% dos presentes já atuam como síndicos profissionais e 20% são moradores que estão exercendo a função.
Segundo a gerente geral de Gestão Predial da Estasa, Anna Carolina Chazan, as demandas a serem cumpridas pelos condomínios, como auto-vistoria, certificação digital, e-social – todas com previsão de multa alta pelo descumprimento – aumentaram. Somadas às responsabilidades civil e criminal do síndico (pessoa física), fazem com que o síndico morador/ proprietário precise de capacitação para exercer a função.
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Segundo o gerente de condomínios da APSA, Jean Carvalho, as vantagens do síndico amador diante do profissional variam de condomínio para condomínio, mas geralmente a opção pela “terceirização” tem se dado pela falta de disponibilidade de um morador para o cargo.
MORADOR É MAIS PRESENTE
Anna Carolina pondera que o síndico morador está no condomínio com mais frequência e vive os problemas locais, facilitando a gestão.
– Por outro lado, o relacionamento entre os vizinhos muitas vezes fica prejudicado, pois o síndico precisa impor o cumprimento das regras e se torna uma figura antipática perante os demais.
TENHA CUIDADO NA CONTRATAÇÃO
O cargo de síndico é eletivo e deve ser aprovado em assembleia – tanto faz se profissional ou amador. Já a remuneração varia. Ricardo Chalfin, diretor da Precisão Administradora, lembra que, para o morador, pode haver o pró-labore ou isenção parcial ou total da cota condominial, conforme a convenção.
– Quando se contrata uma empresa ou um profissional liberal a fim de realizar a função de síndico, a remuneração é direta. O profissional é considerado um prestador de serviços e, como tal, precisa ter uma empresa constituída, não existindo uma regra básica para quantificar especificamente o valor de referência, que varia a partir de um salário mínimo e pode chegar a R$ 20 mil.
DESCRIÇÃO CLARA
Anna Carolina, da Estasa, salienta que, deve ser feito um contrato com a descrição clara do serviço oferecido, do valor, horário das visitas ao condomínio, além de serem solicitadas referências anteriores de outros condomínios e submeter o currículo a uma análise rigorosa.
– E é muito importante um grupo de moradores dar suporte ao síndico para que ele tenha conhecimento dos problemas e possa agir, principalmente se é síndico externo, que não reside no condomínio – lembra.
Há quatro anos, a carioca Márcia Pereira, de 49 anos ingressou na área. Atualmente, é síndica de dois condomínios no Flamengo.
– Minha primeira experiência foi como subsíndica onde morava e fui convidada a atuar profissionalmente em outro condomínio. A partir dessa oportunidade, assumi o cargo e senti necessidade de me aprimorar e ter novos conhecimentos. Fiz cursos sobre código civil, previsão orçamentária, convenção de condomínio – conta ela.
DUAS MOEDAS
Síndico Morador
Vantagem: o síndico morador geralmente está no condomínio com mais frequência e vive os problemas locais, o que, em teoria, acaba facilitando a gestão.
Desvantagem: nem sempre tem tempo ou conhecimento necessário para gerir o condomínio. E geralmente tem outra atividade profissional para conciliar com as inúmeras demandas do condomínio. No relacionamento com os vizinhos, precisa ser aquela pessoa que cobra, que estabelece regras e exige seu cumprimento, que é rigoroso com a manutenção e cobra melhorias dos prestadores de serviço e funcionários. Muitas vezes, tudo isso gera um desgaste de convivência, tornando o ambiente desagradável para se morar.
“Muitos deixam de frequentar as áreas comuns, como piscina e play”, conta Anna, da Estasa.
Síndico Profissional
Vantagem: Um síndico profissional com nível de conhecimento elevado em relação às suas atribuições e responsabilidades pode melhorar e facilitar a gestão e a organização do condomínio. Como é sua profissão, ele deve sempre estar atualizado.
Desvantagem: como administra vários condomínios, nem sempre está presente quando é necessário.
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