Redução de custos em condomínio: como fazê-lo?

04 de dezembro de 2018
Foto de um porteiro em frente a monitores dentro da portaria de um condomínio para a pauta Ideias para reduzir custos em condomínios para o Blog da Estasa

Revisar contratos e instalar segurança eletrônica com sensores podem ser saídas para não fechar o ano no vermelho

A intensa e longa crise financeira deixou a maioria dos moradores com a grana bem curta e o jeito foi reduzir custos. Redução do plano de TV a cabo, dispensa da faxineira semanal e banho do cachorro em casa são pequenas saídas que ajudaram famílias a segurar as pontas. Mas o aluguel e a taxa de condomínio ainda são gastos que pesam consideravelmente no orçamento doméstico.

Para minimizar custos, em 2018 houve muita renegociação de valores entre locadores e inquilinos de residências do Rio, que buscaram alternativas para redução de custos e despesas dentro do condomínio. O Morar Bem conversou com alguns deles, que mostraram como conseguiram não fechar no vermelho, e também com administradoras, que deram sugestões para reduzir o valor da taxa mensal.

Na Zona Sul, onde há muitos prédios com poucas unidades, o rateio pode chegar facilmente a R$ 1500 mensais sem nenhuma área de lazer. Já em condomínios nas zonas Oeste e Norte, onde há muitos apartamentos, o impacto individualmente pode ser menor.

O item que faz mais diferença é o quadro de funcionários, chegando a corresponder a até 70% do custo total de um condomínio. Segundo Anna Carolina Chazan, gerente de gestão predial da Estasa, alguns prédios vêm abrindo mão da portaria 24 horas e investindo na segurança eletrônica, com câmeras e sensores para uso à noite.

– Há condomínios que tiraram um ou dois porteiros e tiveram economia de 30% a 50%. Dependendo da quantidade de unidades que dividem as despesas, isso é muito significativo.

É PRECISO CALCULAR

Anna Carolina lembra que a instalação de equipamentos para a segurança também tem um custo elevado. E, se somar isso ao valor da demissão, a conta pode ser bem alta e pode levar um ano para ser quitada.

– Há os valores iniciais da instalação e da demissão que costumam ser altos, mas depois se pagam com o tempo. Pode demorar um ano para quitar tudo.

– Hoje, a folha salarial sobe devido à quantidade de horas extras pagas. Para sanar esse problema, uma saída é suprimir as horas e a contratação de um funcionário folguista para reduzir a quantidade de extras – acrescenta Paulo Codeço, coordenador da Precisão Administradora.

Outra saída para redução de custos no condomínio é trocar as lâmpadas comuns por LEDs, que são mais econômicas, e usar sensores nos corredores no lugar de deixar as luzes acesas a noite toda.

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“Fazer revisar da parte hidráulica nas áreas comuns para ver se há vazamentos e renegociar contratos também ajuda. E uma outra forma de minimizar custos é reciclar o lixo e vendê-lo. Pode não ser um valor expressivo, mas se for uns R$ 300 já é uma quantia que paga um fornecedor – exemplifica Anna Carolina.

No Catete, como os moradores não queriam abrir mão da portaria 24 horas, que tem cinco funcionários, a síndica Marília Moreira recorreu a medidas mais pontuais e à revisão de alguns contratos.

– Trocamos todas as lâmpadas comuns por LEDs e tivemos uma economia de 6% na conta de luz. Também fizemos uma série de negociações com prestadores de serviços de manutenção, como bomba e portão. No elevador, por exemplo, conseguimos baixar este valor de R$ 264 para R$ 200 mensais.

Estas medidas, segundo ela, diminuíram os custos totais em 10%. Mas, no lugar de reduzir a conta, os moradores preferiram aumentar a reserva conjunta.

– Estamos com este valor desde 2017 e a previsão é de mantê-lo em 2019. Esta sombra nos permite fazer melhorias no prédio sem ter que cobrar cotas extras.

Em Copacabana, o síndico profissional Pedro Coelho também conseguiu reduzir custos e as despesas. Sua receita, porém, foi acompanhar o consumo diário de água.

– Vimos que a média era menor do que o mínimo cobrado pela CEDAE e também baixamos o volume de água na caixa de água. Com isso, mudamos de faixa para ter uma alíquota de cobrança ainda menor.

MAIS ALTERNATIVAS PARA REDUÇÃO DE CUSTOS EM CONDOMÍNIO

O professor do MBA em Negócios Imobiliários da FGV, Paulo Pôrto, acrescenta outras alternativas à economia. Uma delas é optar pela mão de obra terceirizada ou fornecida por cooperativas. Sendo uma relação de pessoas jurídicas, os custos ficam menores.

Outra saída, lembra ele, é fazer com que vários condôminos se juntem para contratar as mesmas empresas de segurança e de limpeza, fazendo uma espécie de rodízio entre elas.

– Tem ainda a opção de alugar espaços vagos, como vagas de garagem para visitante e salão de festas, e instalar interfones digitais, que têm manutenção até 50% mais barata que a tradicional. Mas isso tem que ser aprovado em assembleia.

INADIMPLÊNCIA CHEGOU A AUMENTAR 8% EM 2018

Desemprego, crise e juros de apenas 2% por atraso no pagamento do condomínio são algumas das razões que levam moradores a deixar para acertar os débitos no fim do ano. Calotes fazem a conta aumentar para todos.

Um do custos que assombram os moradores é a falta de pagamento dos vizinhos. Segundo Anna Carolina Chazan, da Estasa, a inadimplência chegou a 13% em 2018, ante aos usuais 5% de anos anteriores. Além da crise, uma das razões para a falta de pagamento ser tão alta é porque os juros de atraso no pagamento do condomínio são de apenas 2% ao mês, considerado baixo se comparado a outros, como os dos cartões de crédito, que são de 10% ao mês, em média.

Mas nem sempre quem deixa de pagar é um inadimplente nato, ou pessoa sem caráter. Há muitas pessoas que perderam o emprego e passara ma ter que escolher quais contas pagar primeiro. O problema é que, enquanto um morador aqui e outro lá deixam de pagar o condomínio, todos os outros têm que pagar a mais.

Anna Carolina conta que devido ao grande número de inadimplentes, os condomínios estão recorrendo a escritórios especializados para agilizar a cobrança dos valores atrasados. Ao deixar de pagar, a praxe é o conselho do condomínio enviar uma carta informal lembrando da pendência. Dois meses depois vem a cobrança extrajudicial e, se ainda assim a quitação não for feita, uns quatro meses depois é ingressada uma ação na Justiça para o pagamento dos condomínios em débito.

– O não pagamento pode levar até o leilão do imóvel. Em geral, os moradores acabam pagando antes que isso aconteça, mas a inadimplência pesa para todos os moradores. Segundo Anna Carolina, a inadimplência costuma diminuir no fim do ano, quando as famílias recebem o décimo terceiro salário e aproveitaram para quitar dívidas.

– O problema é que os atrasos pesam on bolso de quem está pagando em dia – afirma Paulo Pôrto, da Fundação Getúlio Vargas.

Pareceu complicado?

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